Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna - 2020
Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da |
O dia 28 de Maio é o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Redução da Mortalidade Materna, a data é uma forma de dar visibilidade e conscientizar a sociedade sobre o tema. A Saúde da mulher envolve complexos cuidados, físico, mental, que são redobrados no período gestacional, antes, durante e depois do parto.
As mulheres representam 52% da população brasileira, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), torna-se assim um grande desafio para organização e implementação de políticas sustentáveis, contemplando as diversidades socioculturais, econômicas e epidemiológicas deste universo feminino.
Salientamos que a categoria “mulheres” representa uma pluralidade, e deve-se observar estes recortes quando se pensa saúde para este gênero.
Para que aconteça um suporte inclusivo intergovernamental federal, estadual e municipal às ações de saúde pública, fica evidente que essas políticas dependem do entendimento destes recorte e consequentemente a não discriminação entre o/as profissionais de saúde à está diversidade cultural, étnica, de gênero e racial, dessa categoria “mulheres brasileiras”.
Com expectativa de vida cada vez maior é necessário estar com os exames preventivos em dia, pois são muitas as doenças que atingem as mulheres, como: câncer de mama, colo de útero, endometriose, infecção urinária, fibromialgia, depressão e obesidade, exemplos das doenças que mais atingem as mulheres, segundo dados do Ministério da Saúde. Essas doenças desenvolvidas muitas vezes, por não terem acesso aos serviços de qualidade ou falta de informações prévias.
Apesar dos avanços e programas criados para reduzir mortes maternas, e em relação à atenção ao parto, ainda há altos índices de mortes no Brasil. Enfrentamos constantemente denúncias de violência obstétrica, sabe-se da não aceitação na área médica deste conceito, que gera muitos debates, mas nós feministas reconhecemos como violência obstétrica atitudes e decisões no atendimento desumano e desrespeitoso, no uso de medicamentos e procedimentos desnecessários como: Manobra de Kristeller, Episiotomia ou cesárias não indicadas. Isto é, a violência obstétrica pode ocorrer no parto ou até mesmo antes e após o parto, causando danos psicológicos, sexuais e físicos permanentes para as mulheres.
Ainda falta melhorias ao acesso a métodos anticonceptivos e conhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos. Informações sobre a sexualidade e prevenção de IST/AIDS, evita alguns problemas para a saúde da mulher, como o aborto. Sendo o aborto inseguro uma das principais causas de mortes de mulheres, independente de classe econômica, e não podemos fechar os olhos com valores morais e religiosos, pois o aborto é uma questão de saúde pública.
Portanto, no dia 28 de Maio, o Gamp – Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas,RS chama atenção da sociedade para os cuidados relativos à saúde da mulher, pedindo ainda mais garantias ao acesso a exames de câncer de mama e colo de útero, pré natal e parto humanizado, e assim diminuir o número de mortes materna e infantil, somos cientes que estes números no município de Pelotas ultrapassam os indicadores aceitáveis pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde.
Além de acesso as informações, adequação de estruturas clínicas/hospitalares, aumento de especialistas na Rede SUS (Sistema Único de Saúde), ampliação da distribuição de medicamentos, observando as diversidades culturais, étnicas, de gênero e raça das mulheres brasileiras, lembramos que a saúde da mulher necessita desta visão integral, inclusiva e social.
Por: Melina Felix (Advogada/Sociologa), Maria Heloisa Martins (Antropóloga), Diná Bandeira (Comunicação) Pelotas, Maio de 2020
Informações:gampfeminista@gmail.com
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