ANOITECEU!
Naquele domingo ele tava irritado com a derrota do time, mal eu falava e ele logo respondia com gritos.
Resolvi ficar quieta pra não dar argumento.
Ele ficou furioso porque me mandou buscar uma pinga mas tinha acabado.
Disse que eu era uma inútil desgraçada e chutou minha cadeira, eu tava sentada.
Eu assustei com a reação dele e levantei e fui saindo dali, ele não gostou e gritou de novo.
Eu fiquei quieta, ele pegou a faca eu comecei a chorar, ele tapou minha boca eu lutei pra
gritar socorro, imaginando que alguém iria ouvir e me socorrer, eu lutei até conseguir, mas
como em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, ele me meteu a faca.
Rasgou meu bucho me disse que não ia aguentar duas chorona em casa, me furou uma dúzia
de vezes, rasgou bem o bucho e a menina que eu esperava.
Ele foi jogar com os amigos e eu fiquei sem socorro.
Elvira chegou no portão e viu muito sangue, chamou a polícia que chegou em 10 minutos...
Mas já era tarde!
Elvira ficou com medo e viajou até prenderem o assassino.
E porque era domingo, não apareceu em nenhum jornal o ocorrido com a grávida prestes a dar
a luz.
Depois, anoiteceu!
"Histórias Quase Inventadas"
Autora: JANETE FLORES, 54 anos, natural de Porto Alegre, radicada em Pelotas desde a década de 90, com formação em Artes, habilitação em Música pela Ufpel, compositora, instrumentista, cantora, artista plástica e escritora. Membra associada ao GAMP.
Pelotas, novembro de 2020
Anote os endereços:
DEAM – Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
Rua – Barros Cassal, 516
Fone: (53) 3310-8181 ou (53) 3310-8188
Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento - Sala das Margaridas
Rua: Professor Araújo, 900
Fone: (53) 32222000
0800-0803 - Escuta Lilás (ligação gratuita)
CENTRO DE REFERÊNCIA NO ATENDIMENTO À MULHERES VITIMAS DE VIOLÊNCIA
Barão de Itamaracá, 690 (atrás do Foro)
Fone - (53) 3279-4240
No dia nove de março de 2015, entrava em vigor a lei do feminicídio (Lei 13.104/15), o assassinato de mulheres por serem mulheres. A lei considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.
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