Mulheres do GAMP Feminista recebem homenagens no 8 de março de 2024

HOMENAGENS NO 8 DE MARÇO DE 2024


No dia do aniversário do Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas /GAMP Feminista, recebemos um belo presente de reconhecimento da Prefeitura Municipal de Pelotas ao homenagear 3 mulheres importantes na trajetória da nossa OSC, também, envolvidas com a criação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher Professora Cláudia Pinho Hartleben (CRAM), que completou 10 anos de criação. 

As homenagens aconteceram na manhã do dia 8 de março, no Auditório da Secretaria de Educação e Desporto/Smed, quando a equipe do CRAM, representada por sua coordenadora Eliane Bitencourt, elegeu 6 (seis) mulheres para homenagear pelos serviços prestados na luta pelos direitos das mulheres no município de Pelotas. 

Foram elas: 

- Zely Garcia Franco: professora, fundadora do GAMP Feminista, a ex-presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher/COMDIM/PEL, 

- Myryam Viegas: psicóloga, primeira coordenadora do CRAM e da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres;

- Lúcia Maria Christ: assistente social, secretária do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher/COMDIM e do GAMP Feminista por várias gestões;

-  Maria Beatriz G.da Silva: 2ª Sgt da Reserva e integrante da 1ª Patrulha Maria da Penha;

- Joana de Leon dos Santos: primeira usuária a buscar o atendimento no CRAM, é ativista feminista, presidenta do coletivo usina feminista.

- Dra. Michele Wouters: juíza da Vara da Violência Doméstica da Comarca de Pelotas.

 

Prefeita Municipal Sra. Paula S. Mascarenhas participou desta comemoração alusiva ao Dia Internacional da Mulher, organizada pelo CRAM no Auditório da Secretária Municipal de Educação e Desporto.

Saiba mais sobre as homenageadas do GAMP Feminista, Myryam e Lucia e a trajetória da Zely pode ser lida neste blog no seguinte link: Trajetória da Zely Garcia Franco                                          


Myryam Viegas                                           

A Myryam é natural de Pelotas, mãe do Rodrigo, Karen e Marcelo e avó do Leonardo, Martina e Isabella.

Tem formação em Ciências Sociais pela Universidade Católica de Pelotas/UCPel, em 1985. Depois em Psicologia, também, pela UCPel em 1999. Fez especialização na área da Criança e do Adolescente pela USP em 2002.

Iniciou sua vida profissional atuando como autônoma na Clínica de Psicologia.

Indicada pelo Conselho Regional de Psicologia foi integrar o colegiado do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher/COMDIM em 2000. Depois veio integrar o quadro de associadas do GAMP Feminista, iniciando a sua trajetória no movimento de mulheres.


Em 2001/02 atuou no Projeto Sentinela/ Serviço de Referência e Atendimento a Adolescentes, vítimas de violência, executado pelo GAMP Feminista em convenio com o FMAS/SUAS. 

No final dos anos 2002, ingressou no serviço público como psicóloga indo atuar na Casa de Acolhida Luciety, por um período de 2 anos. Nestas duas Instituições encontrou mulheres fortes e guerreiras que motivaram e inspiraram sua caminhada de luta por igualdade, direitos e na construção de políticas públicas.

Essa Casa era o grande sonho do movimento de mulheres, finalmente realizado. A primeira coordenadora foi a Srª Zely Franco Garcia, modelo de resistência para todas nós.

Em 2003 assumiu a Presidência do Conselho M. dos Direitos da Mulher.

Atuando como funcionária pública na Secretaria M. de Assistência Social, Myryam assumiu a segunda coordenação da Casa de Acolhida Luciety, por 2 anos e que lhe proporcionou muitas experiências na área da violência. Cabe salientar que trabalhar com violência de gênero exige profissionalismo, dedicação e o apoio de uma rede.

Concomitantemente, deu foco na rede de apoio, sendo motivada pelo GAMP Feminista e Conselho M. dos Direitos da Mulher, aos poucos nucleada, vindo a denominar-se de Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, que contou com a vontade política dos governantes e das demais Instituições da sociedade.

Em 2004 ingressou no CRAS/Areal, ficando por 10 anos.

Neste contexto, em março de 2014 foi inaugurado o Centro de Referência e Atendimento as Mulher Vítima de Violência, denominado hoje de Centro de Referência e Atendimento as Mulheres Vítimas de Violência Cláudia Hathlebem, mais uma grande conquista e um sonho realizado . Orgulha-se de ter sido a primeira coordenadora, por 6 anos a frente deste trabalho, inclusive ocupando o papel de fomentar e articular a Rede de Enfrentamento e Atendimento as Mulheres Vítimas de Violência, que por um tempo serviu de modelo a outros municípios.

Em março de 2017 foi criada a Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres, que por indicação da Prefeita Paula Mascarenhas, assumiu a coordenação por um período de 2 anos. A Coordenadoria é o Organismo Público para as Políticas direcionadas às Mulheres, que faltava naquele momento no Município, um espaço de fundamental importância na construção e articulação de Políticas Públicas. 

Na sua gestão coordenou a elaboração do Plano Municipal de Políticas Públicas para Mulheres do Município de Pelotas, ainda vigente. É uma ferramenta de grande relevância na construção e proposição de políticas públicas.

Myryam realizou, corajosamente, as duas coordenações simultaneamente, da Coordenadoria e do CRAM, com o apoio de uma pequena, mas grande equipe de colegas profissionais competentes e dedicados, de quem se lembra com carinho. 

Já em 2022 trabalhou por um ano no Asilo dos Mendigos, após sua aposentadoria do serviço público.

Mantém, atualmente, atendimentos psicológicos em clinica particular e ainda é atuante no movimento feminista. 


Lucia Maria Christ

Lucia nasceu em São Lourenço do Sul em 1951. Estudou e formou-se no Curso de Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas em março de 1976. Assistente Social por vocação.


Daí em diante, ingressou na Fundação Sul Riograndense de Assistência Social/FUNDASUL, para atuar nos Núcleos Habitacionais de COHAB, órgãos vinculados a Secretaria do Trabalho e Assistência Social, na época, sediada em POA. Posteriormente, nesta mesma Fundação coordenou equipes de colegas que atuavam nesses núcleos habitacionais nas regiões Centro-Oeste, Fronteira-Oeste e Noroeste do Estado.


Em 1983, transferiu-se para Pelotas por motivo de doença na família, integrando a equipe dessa FUNDASUL, que aqui atuava. Em 1987 foi designada a trabalhar no Centro Social Urbano do Bairro Cruzeiro do Sul, vinculado à extinta FUNLAR, que mais adiante foi repassado para a administração do município de Pelotas, prédio onde já funcionou o Centro de Referência e Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência/CRAM.


Na década de 90 se inseriu no Movimento Nacional Meninos e Meninas de Rua, vindo a participar da criação da Comissão Local Meninos e Meninas de Rua aqui em Pelotas, atuando voluntariamente por uns 10 (dez) anos. Foi na sede da Cáritas Diocesana, que ficava ao lado do Instituto São Benedito, que conheceu a parceira de longa data Sra. Zely Franco Garcia, onde a referida Comissão se reunia.

Na época, acompanhou o Grupo de Meninas e Meninos de Pelotas a Brasília, participando do Iº Encontro Nacional de Meninos e Meninas de Rua. 


Sua trajetória no movimento de mulheres está marcada na história do GAMP Feminista, iniciada, oficialmente, em 1998, participando como coadjuvante no movimento de criação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher/COMDIM/PEL, da instalação do Posto da Mulher que, anos depois, seria transformado em Delegacia Especializada no Atendimento da Mulher/DEAM, março de 1999. 


Presidiu o COMDIM/PEL em 1997, por um curto período, substituindo a Dra. Regina Nogueira que se afastará para participar do Governo do Estado/Olívio Dutra. Atuou em várias gestões, priorizando sempre a função de secretária...

Em 1998, Zely Franco Garcia a chamou para participar da elaboração do estatuto social de um grupo de mulheres que veio se chamar de Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas. Ela ainda encontrou tempo para trabalhar, voluntariamente, de onde nunca mais se afastou. 


No mesmo ano, foi chamada a integrar a equipe do Departamento de Assistência Social/DAS da Secretaria do Estado, responsável pela implantação do Sistema Único de Assistência Social/SUAS no RS.

Em 2001 foi cedida do Estado para o município de Pelotas, na gestão do Prefeito Fernando Marroni e Mário Filho, assumindo a Secretaria M. de Assistência Social, permanecendo apenas por um ano.


Por seu temperamento tímido, sempre preferiu atuar nos bastidores.

Veio se aposentar em 2012, com 32 anos de trabalho no Estado.


Lucia é mãe de um único filho, o Christian. Aos 72 anos, Lucia ainda participa hoje de importantes lutas sociais, e certamente, é uma referência pela sua dedicação, experiência e persistência. E continua atuando no Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas. 


Com a chegada da pandemia, retornou a sua terra natal, refugiando- se em São Lourenço. No ano passado/23, assumiu a função de secretária na Coordenação da Rouparia Nossa Senhora da Conceição, da qual já tinha feito parte lá em 1971.

“Esta homenagem é uma singela colheita pelo longo percurso de semeadura como profissional, mulher...”, disse o seu filho Christian.



*Mais homenagens no 8 de março


No mesmo dia e horário a associada Diná Lessa Bandeira foi homenageada na Empresa que trabalhou por 36 anos, a Embrapa Clima Temperado. 

A homenagem aconteceu no Auditório da Empresa, na BR 392 Km 78, após a fala da Professora Patricia Cunha, do Curso de Ciências Políticas da UFPEL, que deu um show com a palestra: “Mulheres e Superação das Barreiras da Desigualdade no Mundo do Trabalho”. 



 


                                         Diná Lessa Bandeira

 

Natural de Pelotas,RS, 64 anos, primogênita dos 3 filhos do casal Nei Lessa (96) e Marlene (91), casada com Antônio Carlos Bandeira (64), mãe da Maiara (36) e avó da Maria Clara (13) e da Manuela (4).


Mulher negra, oriunda de escolas e universidades públicas. 

Começou sua carreira profissional da Escola Diocesano, criando sua primeira biblioteca escolar, com esta prática se formou em Bacharel em Biblioteconomia/ FURG em 1982. Mestre em Comunicação Social pela PUC-RS em 1998.  

Coordenou a Biblioteca Central da Universidade Católica de Pelotas de 1983 a 1989. 

Em 1989 passou em primeiro lugar no concurso para Bibliotecária na Embrapa Clima Temperado. Trabalhou na coordenação da área de sistema de informação, da comunicação empresarial e da responsabilidade social. Criou o Comitê de Organizações, Entidades e Pessoas no Combate à Fome e pela Vida/COEP/Pelotas em 1986, no município de Pelotas, articulando equipes e projetos da área de educação, meio ambiente e dos objetivos de sustentabilidade. Tem inúmeros cursos e publicações técnicas de sua área, disponíveis em seu currículo Lattes. 


Diná gosta de dizer que é uma mobilizadora social feminista em construção.

Promotora Legal Popular desde 2019. 

Está associada ao Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas/GAMP Feminista desde 2013. Conselheira suplente no Conselho Estadual de Direitos para Mulheres do RS-CEDM desde 2022.

Articuladora da Rede Sul de Garantia de Direitos de Mulheres e Meninas e dos Comitês Populares de Promoção à Vida e Combate à Fome. 

Atua na Comissão de Comunicação do Observatório Nosotras da UCPEL.

Foi Coordenadora do Conselho M. dos Direitos das Mulheres de Pelotas, por duas gestões, de 2013 a 2017 e tb por duas vezes na coordenação do GAMP Feminista de 2018 a 2022. 


Em sua gestão no COMDIM, conquistamos uma adequação na Lei de Criação deste Conselho, abrindo oportunidades de engajamento de outras instituições públicas e privadas, a Coordenadoria da Mulher, a realização da IV Conferência Municipal de Direitos para Mulheres com mais de 500 participantes. 

Articuladora no Núcleo de Mulheres da Associação dos Moradores do Nordeste de Pelotas/AMANPEL. 

Secretária do Conselho Local de Saúde da Unidade Básica de Saúde/UBS Leocádia. Todos os envolvimentos foram exercidos de caráter voluntários.


Está aposentada desde 2019. 

Diná ama rodas de conversa com públicos da periferia e em vulnerabilidade social. Busca ajudar na organização e acesso aos direitos humanos. 


Durante a homenagem que recebeu no dia 8 de março/24, na atividade alusiva ao Dia Internacional da Mulher, o Chefe Geral da Embrapa, Dr. Waldyr Stumf e o Presidente do Sinpaf, Sr. Vanderlei Domingues Fagundes apontaram a importância do trabalho em políticas sociais e do foco da responsabilidade social para as organizações, dizendo: ”Não tem como ser feliz se há um vizinho, uma pessoa sem acesso  à saúde, com fome ou sofrendo uma violência, precisamos do apoio de todos para mudar esta sociedade injusta e desigual”.  

A partir deste ano, a Embrapa Clima Temperado irá homenagear mulheres, nos próximos 8 de março, a Diná foi a primeira.



  



Referências:                                    

                       

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           




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